sábado, 20 de outubro de 2012

terça-feira, 22 de maio de 2012

Viver e Aprender a Ser

Depois de um ano entrando, saindo, observando e sendo observada, cansando, descansando, me descontraindo, me contraindo e por vezes me contrariando, me percebi em determinado momento como se fosse a primeira vez que estivesse vislumbrando esse mundo que já faz tão parte de meu cotidiano e preenche tão intensamente meu coração de inúmeras emoções. Já que assim me sentia embarquei mais uma vez nessas emoções. Pois sei, quando se trata de viver e aprender é preciso por vezes seguir o fluxo contínuo da vida afim de, se deparar com as respostas e compreender que aprender a fazer, conviver e ser depende antes das perguntas. Assim saboreando as delícias de compreender que sempre há muito a se fazer e a se aprender e a se ver, fui em busca de algo que mostrasse mais um pedaço em mim deste lugar que me transforma a cada dia. Porque não seguir os primeiros passos? O que será que posso ser e ver agora a luz de uma nova experiência e vivência? Por isso o texto escolhido para iniciar minha reflexão sobre a Vivendo e Aprendendo foi sobre a proposta pedagógica ( mesmo vivenciando-a em meu cotidiano). Assim tendo em vista a minha busca pessoal de pesquisa em relação as questões da construção da identidade, alguns pontos do texto me chamaram bastante atenção e me fizeram refletir quanto a valorização da diferença. Logo no início do texto diz-se que os princípios norteadores, além de outros pontos, envolvem a valorização dos processos criativos de construção de conhecimento e a participação ativa das famílias e de outros segmentos da comunidade escolar nas rotinas educacionais. Visando esses e outros princípios existe uma prática que, como diz no texto, prioriza o indivíduo, valorizando a ação, o pensamento, a criatividade, a expressão, a opinião, a crença e a subjetividade das crianças. Isso tudo além de me tocar profundamente faz-me lembrar de determinada situação que descreve uma forma que isso ocorre e o quanto tais princípios e práticas são importantes para que as crianças desenvolvam uma segurança nas suas capacidades e melhor, segurança de poder ser exatamente o que você é do jeitinho que você se vê. Em uma turma de ciclo 1 fazíamos uma roda com um espelho, em que as crianças ficaram muito tempo se olhando e conversando conosco de que forma elas se viam. Muitas diziam, que a cor dos olhos era rosa ou que seu cabelo era azul. Essa era uma atividade voltada para que as crianças fossem construindo uma auto imagem. Tudo isso me tocou muito, mesmo que em um primeiro momento, eu e a parte do meu cérebro que controla o adulto dentro de mim, achasse graça ou quisesse internamente “corrigir” a imagem que essas crianças faziam de si mesmas. Assim fui me questionando: Será que temos que limitar nosso olhar sobre nós mesmos a partir dos padrões que nos dizem ser os corretos? Existe esse modo correto quando estamos falando da nossa visão sobre nós mesmos? É possível sermos definidos? Só existe uma maneira de ser e estar neste mundo? Quem é que pode dizer de que formas podemos nos enxergar? Bem, seria muito bom se todos nós pudéssemos nos ver assim tão cheios de cores, bom seria se o padrão fosse fugir sempre do que for padronizado. Somente as crianças para nos mostrar quão belos e cheios de brilho a nossa própria criança tem a capacidade de se enxergar e principalmente, quanta liberdade para ser criativa e feliz. Maria Gabriela Guimarães